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Charlie Brown Jr. Dá pra sentir que Charlie Brown Jr. não era só uma banda — era quase como um diário cantado de uma geração inteira. Chorão não só colocava a alma nas letras, ele jogava ali tudo que muita gente sentia, mas não sabia como dizer. Era raiva, era amor, era saudade, era questionamento, tudo misturado naquele som cru, verdadeiro, cheio de energia e emoção.

Eles vinham com aquele peso do rock, a ginga do reggae, a rima do rap, e ainda o espírito rebelde do punk. Mas mais do que isso, tinham identidade. Falavam de um Brasil urbano, das dificuldades de ser jovem, de crescer com pouco e querer muito — principalmente liberdade pra ser quem é.

Charlie Brown Jr. era som de rolê, de escutar no fone indo pra escola, ou no quarto depois de uma briga com os pais. Era trilha sonora de amizade, de primeiros amores, de decepções também. E Chorão, com aquela voz rouca e presença gigante, parecia sempre dizer: “Você não tá sozinho nessa bagunça.”.

O Chorão não era só o vocalista do Charlie Brown Jr. — ele era o coração pulsante da banda. O cara com uma energia tão visceral, tão verdadeira, que dava pra sentir em cada palavra, em cada grito. Ele não cantava, ele desabafava. E quem ouvia sabia: aquela não era só mais uma música. Era a voz de quem tava vivendo intensamente, sem medo de ser real, sem medo de mostrar a dor, a revolta, a alegria, tudo junto.

Ao lado dele, teve uma galera que também fez história. O Champignon, o baixista, era muito mais que um amigo de banda — ele era o irmão de estrada, o cara com quem Chorão dividia a jornada. Juntos, eles criaram algo que ninguém conseguia encaixar em rótulos. O som deles não se moldava a nada. Tinha rock, tinha rap, tinha reggae, tinha punk. Era tudo isso e mais um pouco, sempre com aquele toque de quem cresceu na rua, no skate, na bagunça, tentando encontrar algum sentido no caos.

E as músicas… Ah, como esquecer “Zóio de Lula”, “Senhor do Tempo” ou “Só os Loucos Sabem”? Cada uma delas não era só uma canção — era um sentimento. Era a música de quem estava na adolescência, perdido entre os altos e baixos da vida, mas querendo viver do seu jeito. Não se encaixava em padrões, não se importava com a opinião dos outros. Era sobre a liberdade de ser quem você é, sem pedir desculpas, mesmo que a gente estivesse cheio de dúvidas, frustrações e inseguranças.

Sua despedida.

E quando o Chorão se foi, em 2013, foi como se uma parte de nós tivesse partido junto. Não era só a voz da banda que se foi, era aquele espírito que ele trazia, aquele jeito único de cantar a vida com tanta paixão. Perder o Champignon pouco depois foi outro golpe duro, parecia que o pedaço da magia que ainda restava tinha sido levado também.

Mas, sabe, apesar da dor, o legado deles não desapareceu. Ao contrário, ele ficou. Charlie Brown Jr. se transformou em uma trilha sonora eterna, e o que eles criaram segue vivo. A cada nova geração que descobre as músicas, a cada fã que encontra conforto e companhia nas palavras do Chorão, dá pra ver como o som deles ainda faz sentido. Como, de algum jeito, alguém ali, naqueles versos, está falando sobre o que a gente sente, o que a gente vive.

E é isso que me faz pensar: o Charlie Brown Jr. não acabou quando eles se foram. O que eles deixaram é uma chama que não se apaga. As músicas estão lá, firmes, ainda nos conectando, nos lembrando que, apesar de tudo, não estamos sozinhos. Chorão, Champignon, Marcão, Thiago Castanho, Pelado… o que eles criaram ainda ressoa no coração de quem já viveu o caos e a beleza de ser jovem, de ser livre, de ser quem é.

2 thoughts on “O medo cega os nossos sonhos.

  1. Oi Laís, adorei o tema, gostava muito do Champignom e do Chorão — esse cara era a voz de uma galera e faz muita falta nesses tempos sombrios. A banda toda era demais, os caras tocavam muito. Agora… vamos ganhar 10 de nota? Bota uma playlist aê… do Spotify. Uns 2 videoclipes… Como? Siga o que está na aula: https://docs.google.com/document/d/1Q0gB2g5-tF-MjLBT5rbbARc–6X7UyMuKPD7JHnT4Kc/edit?tab=t.186z4wm8ge2l#heading=h.ld66e8jipwn
    Pela memória do Chorão!

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